A tendência de flagships ou lojas-conceito está em franco ressurgimento no Brasil, com grandes marcas de diversos segmentos investindo ativamente neste modelo nos últimos meses. Empresas como Adidas, C&A, Centauro, MadeiraMadeira, Magalu e Torra têm transformado esses espaços de venda em verdadeiros centros de aprendizado e coleta de dados.

Novos espaços, novas experiências

Recentemente, várias companhias inauguraram ou reformaram pontos de venda seguindo o modelo de loja-conceito.

A Magazine Luiza lançou a Galeria Magalu, no Conjunto Nacional, em São Paulo. Este espaço é a materialização da omnicanalidade do grupo, unindo em um só lugar as ofertas de cinco de suas marcas: Magalu, Netshoes, KaBuM!, Estante Virtual e Época Cosméticos.

Também na Avenida Paulista, a Torra inaugurou sua loja-conceito no final de novembro. Já a Adidas escolheu o bairro de Pinheiros, em São Paulo, para sua primeira flagship store no país. A C&A apostou na reforma de sua unidade no Shopping Center Norte, enquanto a MadeiraMadeira inaugurou sua primeira loja-conceito no Shopping Interlar Aricanduva, todas na capital paulista.

Fora de São Paulo, a Centauro lançou em Curitiba, no shopping Pátio Batel, o seu novo conceito de loja: o UltraHigh. Segundo Natalia Matsukuma, gerente executiva de projetos da companhia, o UltraHigh marca uma fase mais sofisticada e experiencial da marca no Sul do país. “A UltraHigh foi pensada para oferecer uma jornada que combina performance, estilo e personalização”, explica.

De showroom a laboratório de dados

O retorno dos investimentos em lojas-conceito sinaliza um novo momento estratégico para o varejo. Esses espaços deixaram de ser apenas pontos de venda e de servirem como um simples “showroom instagramável” para se tornarem ativos cruciais, mesmo diante dos altos custos operacionais.

As lojas-conceito se transformaram em verdadeiros laboratórios de dados e comportamento do consumidor. Elas são pontos privilegiados para observar o cliente de perto e entender, em profundidade, sua interação com produtos e experiências.

“Esse formato justifica o investimento porque aprofunda a conexão com o consumidor, aumenta o tempo de permanência, reforça a percepção premium e cria um espaço onde conseguimos entender, com profundidade, como as pessoas vivem o esporte”, destaca Natalia Matsukuma, da Centauro.

Testando tecnologias e novas jornadas

Muitas marcas estão usando o modelo para testar formatos e tecnologias antes de expandir para o varejo tradicional.

  • C&A, Centauro e Torra estão testando tecnologias como RFID (identificação por radiofrequência) e provadores inteligentes, além de novos modelos de atendimento. “Cada uma dessas escolhas é medida em tempo real e nos permite avaliar o comportamento da cliente”, frisa a CMO da C&A, Cecilia Preto Alexandre.

  • A Centauro também usa o UltraHigh para validar narrativas de comunicação, exposição de produtos e novos modelos de curadoria técnica, coletando insights valiosos sobre jornadas de treino, ocasiões de uso e preferências de marca.

  • A Torra utiliza sua loja-conceito como laboratório para testar comunicação, conteúdos no ponto de venda e novas estratégias de Visual Merchandising.

  • No setor de casa e decoração, a MadeiraMadeira utiliza o espaço para que o cliente vivencie o que o digital não pode entregar, como experimentar texturas, materiais, conforto, escala e soluções para ambientes. “Esse contato aprofunda a confiança, reduz incertezas e fortalece a percepção de valor”, pontua Mirella Lavrini, gerente de marketing sênior da empresa.

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