O setor mineral brasileiro demonstrou um crescimento significativo no último ano, alcançando um faturamento de R$ 270,8 bilhões, o que representa um aumento de 9,1% em relação ao ano anterior, segundo dados do Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram).

Leandro Modé, diretor de comunicação e marca da Vale, enfatiza a relevância do setor para a agenda global de sustentabilidade, classificando-o como fundamental para a descarbonização e a transição energética no planeta.

Mineração do futuro: produção aliada à conservação

A Vale tem direcionado suas operações para o conceito de “mineração do futuro”, buscando equilibrar a produção de minerais de transição energética (essenciais para a descarbonização das indústrias) com práticas sólidas de defesa do meio ambiente e de desenvolvimento social.

Modé destaca que, embora a Vale não realize vendas diretamente para pessoas físicas, a opinião pública é um stakeholder crucial para a obtenção da “licença social para operar”. Essa licença é o resultado de uma operação segura e que demonstra respeito pelas populações locais e pela natureza.

A Vale na COP30: legitimidade para falar da Amazônia

A COP30 serviu como plataforma para a Vale apresentar seus projetos e participar ativamente das discussões sobre como escalar soluções que assegurem não apenas a conservação da Amazônia, mas também o benefício às comunidades locais.

A empresa possui um case de sucesso que confere legitimidade a sua participação no debate: a operação em Carajás, na Amazônia. Em parceria com o ICMBio, a Vale auxilia na conservação de 800 mil hectares de floresta (cinco vezes o tamanho da cidade de São Paulo). A operação, que existe há 40 anos, utiliza apenas 3% do território e é responsável por 60% da produção de minério de ferro da empresa. Além disso, a Vale apoia iniciativas de bioeconomia que beneficiam cerca de 60 mil pessoas e participa de projetos sociais nos territórios.

A estratégia de marca da Vale é clara: conectar pessoas e floresta, provando que é possível conjugar conservação ambiental e atividade econômica. Diversos executivos da empresa participaram de painéis e debates na COP, reforçando a importância da mineração nesse contexto.

ESG, marketing e o discurso de sustentabilidade

Para a Vale, a sustentabilidade não é apenas uma diretriz, mas a essência do negócio, o que confere legitimidade a toda sua comunicação de marketing. As ativações de marca recentes buscaram reforçar a importância da conservação da floresta e o papel da mineração no combate às mudanças climáticas.

A cultura foi um caminho escolhido para veicular essa mensagem. Ao unir música, tecnologia e arte em eventos como o The Town e o Amazônia Live, a empresa conseguiu engajar públicos que não seriam alcançados por meio da comunicação tradicional.

Esforço coletivo e o equilíbrio da agenda ESG

Modé ressalta que o avanço na agenda climática exige um esforço coletivo e consistente que envolva o governo, a sociedade civil, o terceiro setor e as empresas. O desejo é que a COP30 seja marcada como a “COP da implementação”, mostrando e escalando bons exemplos para uma economia de baixo carbono.

A associação entre sustentabilidade, desenvolvimento econômico e lucro é cada vez mais evidente. O caso de Carajás é citado como um exemplo que materializa essa máxima: para manter a floresta em pé, é fundamental gerar atividade econômica para as populações que vivem na Amazônia Legal (quase 28 milhões de pessoas).

A “mineração do futuro” da Vale materializa as causas que a empresa abraça na Conferência, fornecendo os minérios e metais vitais para a transição energética global, ao mesmo tempo em que promove a proteção ambiental e o desenvolvimento socioeconômico.

Compromissos futuros e descarbonização

A agenda ESG da Vale é permanente e está intrinsecamente ligada ao negócio, sendo um tema prioritário na comunicação e nas operações. A empresa reafirma seu compromisso com a descarbonização e a transição energética global.

Os objetivos climáticos da Vale incluem:

  • Reduzir em 33% suas emissões de Escopo 1 e 2 até 2030.

  • Zerar as emissões líquidas até 2050.

  • Reduzir em 15% as emissões líquidas de Escopo 3 até 2035.

A Vale reconhece que a mineração é essencial na jornada para uma economia de baixo carbono, fornecendo os insumos para a transição energética, enquanto promove a recuperação ambiental, a circularidade e o bem-estar das comunidades e empregados.

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