A inteligência artificial entrou de vez na pauta do marketing digital. Ferramentas como ChatGPT e Perplexity passaram a fazer parte do dia a dia de usuários e empresas, gerando expectativas sobre uma possível mudança no comportamento de busca. 

Um estudo da Web Estratégica, consultoria especializada em SEO e marketing de conteúdo, mostra que o impacto da IA como canal de aquisição de tráfego no Brasil ainda é limitado.

Entre julho de 2024 e agosto de 2025, foram analisados mais de 290 milhões de acessos em sites de diferentes segmentos. Nesse universo, o tráfego proveniente de ferramentas de inteligência artificial representou, em média, apenas 0,04% do total de acessos. O ponto mais alto ocorreu em maio de 2025, quando a participação chegou a 0,5%, antes de entrar em uma fase de estabilização ou de regressão na maioria dos sites analisados.

O contraste é expressivo quando comparado ao desempenho dos buscadores tradicionais. No mesmo período, o Google e outros mecanismos de pesquisa foram responsáveis, em média, por 23,85% do tráfego total, com variações de 20% a 45% dependendo do segmento analisado. Além de dominarem em volume, os buscadores mostraram consistência, sem quedas significativas, mesmo com a IA Overview do Google mostrando resumos nos resultados de busca.

Ainda que modesto, o tráfego de IA revelou nuances importantes. Sites com conteúdos de caráter mais consultivo ou voltados a dúvidas frequentes chegaram a registrar até 2,5% do tráfego mensal vindo de IA, em determinados meses. Essa diferença demonstra que a influência das ferramentas de inteligência artificial não é homogênea, ela varia conforme o perfil da audiência e a natureza das informações buscadas.

Apesar do crescimento no volume de acessos em alguns meses, quando falamos em taxa de conversão a média geral foi de 0,39%, inferior ao observado em buscadores e campanhas pagas. Em julho de 2025, a conversão chegou a 0,78%, sinalizando evolução, mas ainda distante de se consolidar como canal relevante para geração de negócios.

“Esse estudo mostra que a IA, enquanto canal, deve ser tratada algo emergente, que já aparece nos relatórios, mas que ainda não justifica mudanças radicais na estratégia de marketing digital. Ela está muito mais ligada à visibilidade da marca do que à geração de resultados imediatos” afirma Rafael Rez, CMO da Web Estratégica. “As empresas precisam manter foco nos canais comprovadamente eficazes, ao mesmo tempo em que monitoram a evolução das ferramentas de IA e identificam segmentos em que possam se tornar mais relevantes. Não se deve trocar um canal pelo outro, mas focar em estar presente tanto nos resultados de busca quanto na IA Generativa”, complementa o executivo.

Esse levantamento faz parte do estudo “O impacto da IA nos sites do Brasil”, realizado pela Web Estratégica, uma das maiores consultorias de SEO e Marketing de Conteúdo do Brasil. A empresa atende algumas das principais marcas do país, como Magalu, Electrolux, Netshoes e Epson, e atua em projetos focados em geração de leads, tráfego para e-commerces e conteúdo para marcas.

Share.
Leave A Reply