
Os investimentos em tráfego pago continuam em alta, mas muitos negócios ainda enfrentam dificuldades para rentabilizar essas ações. Isso acontece especialmente em um cenário de concorrência crescente, onde os custos por clique (CPC) e por aquisição (CPA) já não permitem desperdícios. Segundo dados da IAB, a publicidade digital no Brasil movimentou R$ 16,4 bilhões no primeiro semestre de 2023, um crescimento de 11% em relação ao ano anterior. Contudo, esse aumento também elevou os riscos de investimentos mal direcionados.
Luis Parrela, especialista em mídia paga, destaca que os principais erros vêm da falta de planejamento estratégico. Muitos anunciantes apostam sem conhecer bem o público, sem segmentação precisa, sem testar variações de criativos ou palavras-chave e sem acompanhar métricas de conversão e retorno sobre investimento (ROI). “Muitas marcas investem sem um entendimento claro do público-alvo e sem acompanhar as métricas certas, focando apenas em impressões e cliques, sem considerar a conversão e o retorno sobre o investimento.”
Para reduzir perdas e melhorar os resultados, Parrela recomenda que antes de aumentar os investimentos, seja garantido um patamar saudável de conversão e a confirmação de uma demanda sustentável. Investir mais sem que o funil esteja estruturado pode gerar aumento nos custos sem retorno concreto.
Outro ponto crítico é o excesso de atenção a métricas de vaidade. Cliques e alcance geram visibilidade, mas, em última análise, não pagam contas. O foco precisa estar no ROI, no CAC (Custo de Aquisição de Cliente), no ROAS (Retorno sobre o Gasto com Anúncios), no LTV (Lifetime Value) e, claro, na taxa de conversão real do anúncio para venda.
Negócios de nichos competitivos, como comércio online de moda, cosméticos ou tecnologia, correm ainda mais riscos de desperdício se não ajustarem suas estratégias. E, embora principiantes sofram pela falta de experiência ou dado histórico, grandes marcas também ficam vulneráveis se não mantiverem processos de testes e melhorias constantes.
Além disso, é essencial integrar tráfego pago e estratégias orgânicas de forma harmoniosa. Para além da aquisição rápida, o tráfego gerado pela mídia paga deve reforçar a presença digital orgânica, construindo autoridade e facilitando retenção a longo prazo — o que reduz custos e melhora a performance geral.
Gerenciar campanhas eficazes requer também o uso de tecnologia. Plataformas como Google Ads e Meta Ads já incorporam inteligência artificial e machine learning para ajustar em tempo real públicos, criativos e lances baseados no comportamento do consumidor. Esses recursos permitem alocar o orçamento com mais precisão e responder rapidamente às mudanças no mercado.
Evitar desperdício em tráfego pago exige:
- Segmentação refinada e contínua
- Testes constantes de criativos e mensagens
- Monitoramento de métricas realmente úteis para conversão
- Integração entre estratégias pagas e orgânicas
- Uso inteligente de automação e inteligência artificial
- Escala cuidadosa baseada em resultados claros
Essas práticas ajudam a transformar o tráfego pago de um gargalo financeiro em um motor de crescimento sustentável para o negócio.
