Fundado em setembro de 2015 pelo Itaú Unibanco em parceria com a Redpoint Eventures, o Cubo Itaú é uma organização sem fins lucrativos que tem como objetivo fortalecer a conexão e a geração de negócios entre grandes empresas, startups e investidores na América Latina.
Em entrevista, o CEO Paulo Costa reflete sobre a evolução da iniciativa, que celebra dez anos em 2025, e compartilha os planos de expansão internacional e os próximos passos do hub.
Evolução e Posicionamento no Mercado
O Cubo Itaú nasceu para impulsionar o empreendedorismo tecnológico no Brasil, em um momento de desenvolvimento inicial do ecossistema. Desde então, evoluiu de um hub físico de startups para um ecossistema de inovação latino-americano. O propósito atual é conectar empreendedores, grandes empresas, investidores e a academia para gerar impacto positivo e resultados concretos para a sociedade.
Mais de mil startups já passaram pelo Cubo na última década. No começo, o foco era o desenvolvimento do ecossistema brasileiro e a consolidação de modelos de negócio escaláveis. Hoje, o perfil das startups reflete um mercado mais maduro, orientado a resultados, resolução de problemas reais da sociedade, impacto, ESG e tecnologia aplicada. Há um crescimento notável em deep techs, soluções baseadas em inteligência artificial, dados e sustentabilidade, com empreendedores que buscam relevância e propósito além da escala.
Resultados e Setores em Destaque
Em 2024, as startups do Cubo alcançaram um faturamento conjunto de R$ 10 bilhões, um crescimento superior a 40% em relação ao ano anterior, conforme o levantamento Selo Cubo. Essas empresas são responsáveis por mais de 27 mil empregos diretos e estão à frente de soluções que abrangem desde inclusão financeira e saúde digital até eficiência energética e mobilidade urbana.
O hub atualmente representa mais de 20 setores. Destacam-se especialmente os segmentos com hubs dedicados, como energia, saúde, educação, financeiro, ESG e agronegócio. As deep techs também ganham espaço significativo, gerando oportunidades relevantes em setores-chave como agronegócio, saúde e indústria, além do crescimento expressivo em startups voltadas à cibersegurança e inteligência artificial.
Iniciativas Marcantes e Expansão
Entre as iniciativas que marcaram os 10 anos de atuação, Paulo Costa menciona o Cubo Conecta, projetos focados em ESG e inclusão, e parcerias estratégicas que expandiram a presença do hub para além do Brasil.
Essa expansão inclui a abertura de um espaço em Montevidéu, no Uruguai, visando um ponto de contato com empreendedores tecnológicos da América Latina. Mais recentemente, o Cubo inaugurou a Casa Cubo Amazônia, em Belém (PA), e lançou o Deep Techs for Industry Decarbonization (D4iD), um programa inédito que mapeia e impulsiona startups de base científica para a descarbonização da indústria brasileira. Em parceria com o Itaú Unibanco, o hub também realizou a São Paulo Climate Week.
Desafios e Competitividade
O principal desafio para manter um ambiente de inovação ativo e relevante é o movimento constante, exigido pelas rápidas transformações nas tecnologias e nas dinâmicas de mercado. Manter-se relevante exige escutar o ecossistema, identificar tendências e provocar debates sobre o futuro, sempre focando em gerar negócios e impacto positivo.
Para o Cubo, competitividade é sinônimo de colaboração e propósito. A expansão internacional, com o Cubo Uruguai em operação, aprofunda o intercâmbio de conhecimento, capital e talentos, refletindo a crença de que uma América Latina conectada é mais competitiva globalmente, atrai mais investidores, gera diversidade criativa e impulsiona o desenvolvimento tecnológico regional.
Planos para os Próximos Ciclos
Considerando o dinamismo do ecossistema, o Cubo Itaú foca em moldar o futuro diariamente por meio da mentalidade empreendedora de sua comunidade.
Um dos planos imediatos é o lançamento do programa Second Time Founders, que visa valorizar o talento e a experiência de empreendedores experientes, com histórico de exits e reconhecimento no ecossistema. O programa apoiará a nova jornada empreendedora desses participantes por meio de conexões estratégicas, oferecendo o Cubo como base de operações por até seis meses e acesso físico à plataforma.
O hub também planeja ampliar a presença de startups internacionais e fortalecer as conexões entre a América Latina e outros polos globais de inovação, promovendo a diversidade e o amadurecimento do ecossistema.