O diretor de marketing da National Football League (NFL), Tim Ellis, defendeu a decisão da liga de escalar o astro porto-riquenho Bad Bunny como atração principal do show do intervalo do Super Bowl 2026, ignorando as críticas. Durante uma aparição na conferência Masters of Marketing da Associação Nacional de Anunciantes, em Orlando, Estados Unidos, na quinta-feira, 24 de outubro, Ellis foi categórico: “Muita gente não gosta do Bad Bunny. Nem todo mundo precisa gostar de tudo o que fazemos. E o Bad Bunny é incrível”.

A escolha do artista de reggaeton tem gerado controvérsia desde o anúncio no final de setembro. Entre os críticos, estão figuras políticas como o ex-presidente Donald Trump e o grupo Turning Point USA, fundado por Charlie Kirk, que expressaram indignação pela oposição de Bad Bunny à repressão imigratória do governo e pelo fato de ele se apresentar em espanhol. O grupo político chegou a anunciar planos para realizar um All-American Halftime Show alternativo.

Posicionamento da liga frente às críticas

A defesa de Ellis veio um dia após o comissário da NFL, Roger Goodell, confirmar que a liga manteria a decisão. Goodell afirmou em uma coletiva de imprensa que a escolha foi “cuidadosamente pensada” e que a reação negativa ou crítica é comum, dado que “literalmente centenas de milhões de pessoas” assistem ao evento. “Não tenho certeza se já selecionamos um artista sem que tenhamos sofrido alguma reação negativa ou crítica”, completou o comissário.

Ousadia no diálogo com novos públicos

O pronunciamento de Ellis sobre Bad Bunny ocorreu após a apresentação da mais recente estratégia de marketing da liga, que busca atrair fãs mais jovens destacando os interesses dos jogadores fora do campo, como moda e música.

O executivo sublinhou a importância de ousar e dialogar de forma autêntica com fãs casuais. “Você não pode continuar só falando com a sua base e alimentando-a o tempo todo apenas com o que querem ver”, disse ele. A meta é falar sobre as coisas que esses novos públicos se importam, nas plataformas e canais onde eles estão. Ellis reforçou a postura da liga de aceitar que parte da audiência possa não gostar de suas escolhas, campanhas ou mensagens.

Inclusão como valor central

Ellis usou como exemplo uma das campanhas mais controversas da NFL sob sua supervisão, de 2021, que incluía a frase “O futebol é gay” em uma mensagem de inclusão. O CMO relembrou que “muita gente não gostou daquele anúncio, inclusive internamente”, mas que ele seguiu adiante sem pedir permissão.

A decisão foi baseada na crença de que a comunidade LGBTQIA+, que representa uma parcela significativa da população americana, também merece que a liga seja autêntica para eles. Ellis concluiu que estar disposto a realizar essas ações, mesmo que deixem algumas pessoas desconfortáveis, é aceitável para a NFL.

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